segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Desculpa ser só hoje

Não sei porquê…
Não percebi…
- Tu minha amiga,
de tantos anos,
e eu…Nunca te vi?
Nunca te olhei,
“como mulher”,
mesmo estando
junto a ti?…
Demos tantos beijos,
tantos abraços,
caminhamos juntos
de mãos dadas,
tantas vezes…
Lembras-te ???

Não sei porquê…
Não sei! Não sei!...
Não me perguntes,
não digas nada:
- Tu é que entraste,
“pela calada”…
Eu só “despertei”!
- Só hoje reparei,
«o quanto és linda,
o quanto és bela»…
O quanto precisavas
ser amada!...

Desculpa amiga,
«ser só hoje»…
Mas ao sentir-te,
ao sentir os teus lábios,
entregues e carentes,
tão doces, tão quentes…
Eu tinha de beijá-los!
Ao sentir no meu peito,
os teus seios,
tão formosos, “tão cheios”…
Eu tinha de “tocá-los”!...
Ao sentir os teus dedos,
ao ouvir “os teus segredos”,
contados com um sorriso,
como quem afasta os medos,
esses medos do «conciso»…
Eu tinha de abraçar-te,
«eu tinha de contigo,
conhecer o paraíso» !...

Desculpa amiga,
«ser só hoje»,
mas eu não podia,
«não queria “pensar-te”,
de outra forma»,
que o amor nos limita,
nos transforma…
Não queria amar-te
e depois magoar-te,
não queria “prender-me”,
não queria “prender-te”.
- Não queria “ganhar-te”,
nem depois “perder-te”!...

Desculpa amiga,
«ser só hoje»!...
Porque hoje sucedeu,
que tu e eu,
nos “perdemos”,
no caminho…
No carinho…
Na ternura!…
Hoje partilhamos,
da “doce loucura”…

Desculpa amiga,
«ser só hoje»,
Porque amanhã,
quero encontrar-te
e “estar contigo”.
- Não como hoje,
mas «como sempre»,
mas «como amigo»!...
Quero beijar-te a face,
dar-te a minha mão
e caminhar de novo,
contigo, de mãos dadas…
- Que a vida não é,
um de “conto de fadas”,
que os contos estão cheios,
«estão cheios de “nadas”»…

Amanhã…
Não me fales de amor,
nem de dor,
nem de ilusão.
- Sorri apenas,
«que o fazes tão bem»!
Sorri apenas,
que sorrirei também…
- Porque a «amizade pura»,
vem da mais “nobre ternura”,
que temos no coração!...
Por isso é que te peço,
por isso é que te digo...
Amiga...Amanhã não!!!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Xico Zé

Xico Zé deixou a escola,
já nem quer ouvir falar,
gosta é de tocar viola,
«Xico Zé sabe tocar»!...

- Canta à noite na "rebita",
que tão bem sabe cantar!...
Canta p'ra "dama" bonita,
toca p'ra "dama" dançar!

Calças à "boca de sino",
"lantejoulas" a brilhar!...
- Xico Zé num "desatino",
Xico Zé põe-se a "gingar"...

- Diz que já não é menino,
"tem bigode a começar":
«No "merengue" do destino,
Xico Zé a "dar-a-dar"».

De bem cedo enfrenta a vida...
Xico Zé, há-de "ganhar"!...

sábado, 7 de agosto de 2010

Coisas do Vento (J.A.A.)

O vento soprou mais forte,
soprou-me a alma e levou,
levou-a de “sul a norte”,
minha alma foi mas voltou.

Voltou de novo até mim,
que estou aqui, sou presente,
que caminho para um fim,
que é o fim de toda a gente...
- Que sei que alma é assim,
«tem algo de resistente»!...

Minha alma foi ao passado,
“foi ao passado que eu sou”,
ficou por lá um bocado,
depois cansou-se e voltou!

Voltou de novo até mim,
que estou aqui neste escuro,
que caminho para um fim,
sem temer “saltar o muro”!...

O vento soprou mais forte,
soprou-me a alma e levou,
levou-a ao “sabor da sorte”,
«da sorte que lhe soprou»!...
- Só à “sentença de morte”,
minha alma se recusou...

“Soprada” voltou a alma,
veio até mim, pois voltou...
Voltou no “vento da calma”,
da alma que regressou!...

- Voltou de novo até mim,
que estou aqui e procuro,
um vento soprando assim,
«na alma do que é futuro».

É tão bom olhar p'ra nada (J.A.A)

É tão bom olhar p'ra nada,
"deixar a mente parada",
a viver recordações.

- «Perder o fio à meada»,
voltar à vida passada,
reencontrar sensações!...

E como o sonho é que manda,
«ver-te de novo à varanda,
onde gostavas de estar»...

- Ver definido e conciso,
no teu rosto, esse sorriso,
que sempre tinhas p'ra dar!

Confirmar que não partiste...
Que a tua memória existe,
espalhada em tanto lugar.

- É tão bom olhar p'ra nada,
«deixar a mente parada,
na hora de te encontrar»!...