domingo, 4 de julho de 2010

São só palavras

São só as palavras deles

São só palavras,
falácias, «bocas»,
são coisas loucas,
que eles opinam.
São letras mortas,
que fecham portas,
que não interessam,
que “já não rimam”...
- São só palavras,
"são coisas ditas",
frases bonitas,
que eles te “empinam”!

São só palavras,
são só “discurso”,
rios sem curso,
coisas sem nexo:
- Dizem do mundo,
que ele é convexo!...
- Tu que não sabes,
que não entendes,
«ficas perplexo»...

São só palavras,
com que eles jogam.
São só palavras,
que tu desejas!...
- Para que vejas,
«como cerejas»,
“ou como sexo”!!!

São só palavras,
de sons moldados,
bem adornados,
numa “armadilha”.
São uma arma,
que se “engatilha”.
São como um fado,
acompanhado,
pela guitarra,
que alguém dedilha...
...E sem surpresa,
tu viras “presa”,
face à «matilha»!

São só palavras,
«frases felizes»,
são “flores silvestres”
mas sem raízes...
São como caça,
«caça à pacaça»,
«caça às perdizes»!...
São só palavras,
que tu não calças,
que tu não comes,
que tu não vestes,
«que não contestas».
- Que tu por medo...
Que só por medo,
não contradizes.

São só palavras,
como as que dizes...
São só palavras,
muito “escarchéu”,
«dão-te o inferno»,
«chamam-lhe Céu»!
São só palavras,
as que eles “usam”,
das quais “abusam”,
depois “acusam”
«e tu és réu!»... ,
- Sem mais “béu-béu”
tu é que és “réu”,
“eles Juízes”!

São só palavras,
pura utopia,
a que eles chamam
“fi-lan-tro-pia”.
São só palavras,
filosofia,
frases que luzem,
de simpatia,
mas “reproduzem”,
só tirania, só tirania!...
- São extravagância,
são a ganância,
a ressonância,
da cobardia!

- São só palavras...
As “palavras deles”!
As palavras que eles,
vão dizer até um dia!...
Em que o povo saia à rua,
pr'a dizer que a Pátria é sua!
Que não é dum "BPN",
que não é da "Casa Pia"...
E que não tolera mais,
"Freeport's" ou anarquia!

sábado, 3 de julho de 2010

Prenda - Bairro de lata

Logo à entrada do «Prenda»,
lá está à porta da "venda",
aquela linda mulata.

Tem doçura no olhar,
tem os olhos «cor de mar»,
como manda a sedução...

Tem um corpo escultural,
«um cinto de cabedal,
dois lindos brincos de prata.

Tem uma pele trigueirinha,
tem uma voz tão meiguinha,
«faz bater o coração»!

- Mais à noite, quando passa,
ela enche com sua graça,
o «Prenda», bairro de lata!...

Tem ainda "ar de menina",
que traída pela sina,
«se perdeu na direcção»...

- Quando surge na ruela...
O Prenda, prende-se a ela,
"já não ata, nem desata"!...

Fica o bairro todo à espreita,
de olhos na rua estreita,
que vem daquela cubata...

Mas é cedo...É cedo ainda...
Que a noite fica mais linda,
ao passar dessa mulher!...

- Porque durante um bocado,
ela "torna" o Céu estrelado,
como outro bairro qualquer!

- Só porque ela é uma graça...
- Só porque ela vem e passa...
- Vai passar, se Deus quiser!!!

Cantinho

Naquele cantinho,
junto aos roseirais,
roubei-te um carinho,
sem menos, sem mais.

Olhei os teus olhos,
lembravam cristais...
Bonitos, brilhantes,
felinos, fatais!

Olhei os teus olhos,
vivaços de cor...
Sedentos de vida,
carentes de amor.

- Beijei os teus lábios,
doces, sensuais,
«que teus lábios eram
"pecados mortais"»!...

Entregues, perdidos,
«sem nenhum pudor»,
teus lábios garridos,
vivaços na cor...

- Naquele cantinho,
junto aos roseirais...
Estão lá os fantasmas
desse nosso amor!...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Amar "de rajada"

Hoje, o que eu queria...
Não queria mais nada!...
- Olhar os teus olhos,
«de mulher amada»!

Hoje, o que eu queria...
Não queria mais nada!...
- Beijar os teus lábios,
«deixar-te "corada"».

Hoje, o que eu queria...
Não queria mais nada!...
- Amar o teu corpo,
deixar-te "arrasada"!...

Hoje o que eu queria...
Não queria mais nada!...
- «Marcar na poesia,
"a tua passada"»...

Porque hoje, eu só queria...
Porque hoje, eu só queria...
«Amar de "rajada"»!